domingo, 12 de setembro de 2010

Texto sobre liderança...





Falae moçada, tudo certo?

Recebi um e-mail sobre liderança de um Irmão de Votuporanga-SP, o famoso “Toco”... hehe. Muito legal hein...

Autor: Max Gehringer

            Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.
            Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia tudo muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho – com tinta nanquim. Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.
            Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena – que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.
            No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de “paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino”. E o Raul ali, na terceira fileira, só aplaudindo.
            Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.
            E quem era o chefe do Pena? O Raul.
            E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito.
            O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema? Era só falar que o Raul dava um jeito.
            Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa.
            Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.
            E eu perguntei ao Raul qual era a função dele, Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.
            Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. Ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável:... ele entendia de gente.
            Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.
            E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: “Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo”.
            Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.

Grande abraço a todos e até a próxima... ;)

Coroa Victor

4 comentários:

  1. Hei, será que o Raul precisa de um geógrafo?

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  2. Gente, como assim este post só tem um comentário? Ele é um dos melhores deste blog (que li todo) e levanta uma discussão super pertinente, principalmente aos DeMolays, que ainda tem sua índole e atitudes perante a vida em formação.

    Uma vez li um relato de um médico brasileiro que foi dar aula em Harvard e se espantou que lá os critérios de avaliação e aprovação eram bem distintos dos nossos. Lá os alunos são avaliados em 5 quesitos: Presença, Pontualidade, Relacionamento com os colegas, Iniciativa, e Conhecimento específico sobre a matéria, todas com o mesmo peso. Ou seja, enquanto valorizamos "Penas", com vasto conhecimento técnico, eles valorizam "Rauls".

    Devemos atentarmo-nos, pessoas inteligentes e com alguma atividade (atual ou futura) na sociedade que somos/temos, a identificar e valorizar pessoas "Rauls" que nos cerquem. Tenhamos olhos para ver, não só para olhar!

    Um hábito muito frequente do pessoal do nosso interior (e era meu também, que não sou isenta de culpa nenhuma) é apontar defeitos alheios. Raul seria preguiçoso, espertinho, aquele que ninguém daria nada por ele... Mas se virmos Raul (ou outros "Rauls") por outro prisma, ele sabia como ninguém lidar com todos do grupo de trabalho dele, conseguia dar suporte àqueles que precisavam, e ficava sempre no background atento aos outros. Com esta mudança de ponto de vista (e só faremo-la com a mudança dos hábitos de pensar) Raul foi de vagabundo a anjo da guarda!!!

    Eu mesma tive algumas ótimas (e outras PÉSSIMAS) surpresas na própria Ordem DeMolay. Alguns DeMolays do Capítulo Jales mesmo, que eram nulidades em 2001/2, tornaram-se grandes homens, e outros de destaque ficaram homens mesquinhos, vingativos, maldosos e com a cabeça presa aos 17 anos psicológicos.

    Mudemos nosso padrão de pensamento, irmãos/primos! Isso se refletirá nas nossas atitudes, e transmutaremos de reclamões a "Rauls", valorizados e valorizadores!

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  3. Antônio Flávio" - Toco"16 de setembro de 2010 às 22:58

    Agradeço a todos pelos comentários... e espero que aqueles que leram e, por algum motivo não comentaram... tenham pelo menos refletido um pouco!
    Abraços a todos!

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  4. eu queria saber tudo sobre liderança só isso

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